29 março 2017

Em um desfecho surpreendente, Fábio Schvartsman assume a Vale



Numa decisão que surpreendeu por sua velocidade e pelo desfecho, o engenheiro Fábio Schvartsman, CEO da Klabin, foi escolhido ontem para presidir a Vale no lugar de Murilo Ferreira.

Era grande a preocupação dos acionistas controladores em afastar a ideia de uma indicação política para o cargo. Com o anúncio da reestruturação societária para transformar a companhia numa "corporation", de capital pulverizado, no mês passado, e agora a indicação de Schvartsman, os acionistas querem abrir um novo capítulo para a empresa, buscando afastar a velha imagem de uma empresa privatizada pela metade e que permaneceu sob interferência governamental por ser controlada por fundos de pensão e BNDES.


Ao mesmo tempo, de acordo com uma alta fonte, os sócios querem acabar com a era de CEOs superpoderosos na mineradora, que existiu sob Roger Agnelli e também com Ferreira. Ao menos enquanto existir bloco de controle, previsto para perdurar até 2020 segundo a reestruturação proposta.


Schvartsman constava de uma lista que na partida contava com cerca de 30 nomes e que, ao final, foi reduzida a apenas seis. De acordo com duas pessoas próximas ligadas aos sócios controladores da Vale, a sugestão de seu nome partiu da empresa de headhunter Spencer Stuart, contratada há menos de vinte dias para conduzir a seleção. A velocidade da escolha, esperada para daqui uma semana a quinze dias, buscou estancar um processo de desgaste para a mineradora, que ameaçava tomar proporções maiores. Segundo uma fonte, Ferreira vinha externando insatisfação com sua substituição em conversas com investidores.


Um comitê formado por Gueitiro Genso, presidente da Previ, Fernando Buzzo, presidente da Bradespar, Eliane Lustosa, diretora de mercado de capitais do BNDES, e Oscar Camargo, da japonesa Mitsui, analisou e entrevistou os seis finalistas selecionados pela Spencer Stuart. O comitê se reportou a Paulo Caffarelli, presidente do Banco do Brasil, e Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, que deram a palavra final.


Pesaram a favor de Schvartsman, entre outras coisas, seu talento para lidar com pessoas, capacidade de aglutinar a equipe e delegar funções e seu desempenho à frente da Klabin e também como diretor financeiro da Ultrapar, empresa que ajudou a conduzir para o modelo de corporation. Por quatro vezes, foi eleito "Executivo de Valor" do setor de papel e celulose.


Se a escolha foi técnica, não escapou da devida costura política. Coube a Caffarelli levar o nome de Schvartsman, depois de escolhido, ao presidente Michel Temer, que o aprovou. O senador Aécio Neves também foi informado e buscou a opinião do economista e investidor Armínio Fraga. Fraga confirmou ao Valor ter sido consultado previamente, sem dizer por quem.


"Considero uma escolha excelente. Ele tem todas as qualificações: reputação, competência, experiência ímpares", afirmou Fraga. "Claro que a empresa tem acionistas públicos e importância nacional, mas o nome do escolhido garante que a escolha foi meritocrática, na linha já adotada em Petrobras, BNDES e Eletrobrás ", disse.


Para bater o martelo com a mineradora, Schvartsman precisava chegar a um acordo com a Klabin sobre sua saída. Sua confirmação foi dada ontem aos sócios da Vale. A eleição do executivo pelo conselho de administração da mineradora, que vazou no meio da tarde, foi confirmada em comunicado de fato relevante da companhia pouco antes das 19 horas.


Antes mesmo da confirmação, a reação do mercado foi no sentido de referendar a escolha. As ações da Vale subiram e ajudaram a reverter a baixa da bolsa, enquanto as da Klabin aceleraram a queda que já registravam no dia. Vale PNA fechou em alta de 2,49%, enquanto o papel ON subiu 1,34%. A unit da Klabin perdeu 3,72%.


De acordo com uma pessoa a par do processo, foram considerados para o cargo o executivo Carlos Ghosn, CEO da Nissan que está prestes a passar o bastão a um sucessor, e Maria Silvia Marques, a presidente do BNDES. Ghosn só estaria disponível para assumir a presidência da Vale em 2018.


O nome de Schvartsman, desde o início um favorito, foi mantido em sigilo e não apareceu em nenhuma das listas que especularam sobre os candidatos. Muitos nomes que circularam com insistência nos últimos dias nem chegaram a fazer parte da seleção. Foi o caso de Rômulo Dias, o ex-presidente da Cielo que agora ocupa um cargo na diretoria do Bradesco, e também o de Nélson Silva, diretor da Petrobras.


Em comentário a investidores, a corretora Itaú BBA disse que o anúncio deve ser positivo para a Vale, pois Schvartsman é bem visto pelos investidores e é um executivo experiente. Avaliou ainda que, para a Klabin, o anúncio deve ser levemente negativo no curto prazo, uma vez que havia expectativa de que o executivo renovasse seu mandato como presidente da empresa por mais três anos.


Uma dúvida no mercado hoje é se Schvartsman será um presidente de transição em um momento em que a Vale avança para unificar ações e listar os papéis no Novo Mercado da BM&FBovespa.


A razão para a dúvida está na idade de Schvartsman, que tem 63 anos, e no fato de que, na Vale, existe uma espécie de acordo tácito entre os acionistas de que os diretores-executivos se aposentem quando completam 66 anos.


Se o entendimento prevalecer, Schvartsman ficaria na Vale por um mandato de dois anos, coincidindo de certa maneira com o período previsto para a unificação das ações, que é até 2020. "A empresa não tem limite de idade em seu estatuto", afirmou uma pessoa ligada aos sócios. "A idade dele não foi uma questão e não é relevante", completou a mesma pessoa.

Fonte:  VALOR ECONÔMICO -SP 

Jornalista(s): Vanessa Adachi e Francisco Góes | De São Paulo e do Rio


11 comentários:

Rosalina de Souza disse...

PREVI RESULTADO 2016

Após a divulgação parcial do resultado da PREVI, podemos analisar, pelo menos, superficialmente, o balanço do ano 2016:

2016, ano de ventos favoráveis - O ano passado apresentou excelentes condições para o reforço da contabilidade da PREVI, enquanto o INPC (passivo) subiu 6,58% os ativos de Renda Fixa acumularam ganhos de mais de 15%, a Bolsa também foi generosa possibilitando um ganho de 17,16% para uma meta atuarial de 11,91%, ganho muito expressivo considerando que o Plano 1 possui praticamente a metade do patrimônio em Renda Variável.

Outro ponto positivo é que a direção da Previ, pelo que parece, foi conservadora/realista na contabilização da VALE a valor econômico.

A situação do Plano 1 continua gravíssima, com déficit (13,9 B) equivalente a mais de 10% do Ativo Líquido do Plano (130 B).

A nova regra para recomposição do déficit, aprovada no CNPC, foi orquestrada pelos patrocinadores, baseado nos interesses econômicos abusivos das empresas. Na minha opinião, é preciso encarar um déficit crônico como o que a Previ vem apresentado como um Câncer maligno, cujo tumor tem que ser extirpado o mais rápido possível. Tentar curar uma doença crônica com tratamento homeopático é muito arriscado e coloca o paciente com elevada chance de contrair uma metástase, levando a consequências extremas e muitas vezes irreparáveis.

2017 ainda apresenta ótimas condições para ganho real em Renda Fixa e boas chances de ganho na Bolsa de Valores, por outro lado, o Plano 1 terá um impacto na FOPAG do plano de aposentadoria feito pelo BB no final de 2016. Acho muito complicado esperar pela sorte para que este enorme déficit se resolva de forma natural.

Elogio o esforço da Previ na tentativa de ser transparente nas informações, mas discordo que a situação esteja sob controle.

Infelizmente também não vejo, diante da crise que vivemos no nosso Plano 1, aumento do interesse dos aposentados pelo assunto.

Nos resta esperar novas ondas favoráveis vindas do mercado, torcer pela melhoria constante da Visão e atitudes dos atuais dirigentes da nossa Caixa de Previdência e fazer o que estiver ao nosso alcance para ampliar a participação dos nossos colegas da ativa e aposentados.

POR AMIR SANTOS - GRUPO PREVI PARA TODOS.

joao trindade disse...

Boa tarde, senhora Rosalina

Que Deus nos ajude a atravessar êsse mar e nos leve até a praia, pois não temos mais idade para tantas emoções.

Anônimo disse...

Reforma da Previdência-Estudo feito pela Anfip –Assoc.Nac.dos Auditores Fiscais da Receita Federal (vejam site)

Existe deficit na Previdência Social?
Não. A Seguridade Social, da qual faz parte a Previdência Social, é superavitária. De 2007 a 2015, o superávit variou entre R$ 75,98 bilhões e R$ 20 bilhões – esse menor resultado ocorreu justamente em 2015, momento mais crítico da conjuntura política nacional, com o avanço da crise internacional e da crise política brasileira, e a implementação do ajuste fiscal. Esses três fatores juntos derrubaram a atividade econômica no país. Dados da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP), confirmam que nos últimos quatro anos a Seguridade Social foi superavitária.
Onde está o nó do sistema?
Está na DRU, porque ela retira recursos da Seguridade para pagar os juros da dívida pública (cerca de R$ 500 bilhões por ano); está nas desonerações fiscais, que somaram R$ 300 bilhões no último período; e está na sonegação, que em 2016 chegará a 600 bilhões. Ou seja, um desvio de R$ 1,4 trihões

Anônimo disse...

Dona Rosalina,

Estou preocupado e temeroso com o blog do Dr. Medeiros.
Será que o vírus VIOLENTO de que ele fala, lá no blog dele, é o 'VIRUS DA MORDAÇA'
Atenciosamente
Preocupante

Anônimo disse...

Certeza absoluta que é o mesmo vírus que tomou conta do computador da senhora Cecília, que há muitos meses sumiu e, quiçá, não volta mais.

Anônimo disse...

Concordo com os colegas VÍRUS DA MORDAÇA é ótimo. Parece que só este blog ainda não tem. Por oportuno esse negócio de vai e volta dos blogs já deu.

Anônimo disse...

Tem também o vírus mimimi. Por qualquer coisa se ofendem e não publicam ou então respondem de forma agressiva. Chato isso quando não houve a menor intenção de ofender.

Rosalina de Souza disse...

Caros Colegas do Blog,

Esse VÍRUS DA MORDAÇA é real, todos os blogs quando trata da Previ, o chumbo vem grosso, tanto do corpo técnico, bem como da mais alta direção.

Temos muitas vezes que escolher as palavras, pode acreditar esses Diretores que tem cargos, sempre coloca na balança os dois lados da moeda, e sempre a balança os alerta sobre os ganhos, que vão perder, se escolher ficar do nosso lado.

Então é isso, não devemos apenas criticar, mas lembrar enormes pedras que enfrentam quando se volta o olhar para todos nós.

Não devemos apenas apontar os erros, mas devemos lembrar dos acertos que eles já fizeram a nosso favor, mesmo que foram em poucas oportunidades.

A PREVI gosta muito de elogios, mas não aceita de forma alguma críticas, e fazem valer a LEI DO MAIS FORTE.

Anônimo disse...

Colega das 11:27,

Esse vai e volta tem um nome : oportunismo para aproveitamento futuro.

Anônimo disse...

Estimada Dona Rosalina,

Eu ficaria imensamente feliz se me elencassem os benefícios que a previ nos oportunizou nestes últimos três 3 anos, com a nova administração.

Peço a Deus todos os santos dias para que a direção da Previ acerte seus rumos e nos propiciem uma vida digna.

REZO DE VERDADE. E me incluo, bem como minha família, claro.

Mas, vejo estatutários sem a contribuição devida ao longo de suas carreiras, castas que se formaram a títulos poucos explicados, promessas de aumentos reais, até mesmo BET por BEP, entre outros a possibilidade de garantia de financiamentos via CAPEC, promessas ditas em campanha e até o momento não cumpridas, salvo melhor juízo.
Resoluções cumpridas ao arrepio de Lei complementar.

Contribuições que ultrapassam as dos 360 meses do quinhão estipulado, por semelhança ou parecença com o INSS que cessa no momento da soma do atuarialmente considerado.

Quanto as pedras, bem, as tive durante meus mais de 30 anos a serviço do Banco do Brasil, COM MUITO ORGULHO, Colocando a minha assinatura e assumindo a responsabilidade em autorizar milhões por empréstimos, respeitei a todos COM TRANSPARÊNCIA.

Dediquei respeito aos tomadores, respeito aos meus superiores, respeito aos meus colaboradores subordinados, colegas de um modo geral, aos servidores terceirizados, respeito àquela grande casa que foi o Banco do Brasil S.A. Hoje o meu querido BB é criticado, pelo menos na minha cidade, que espero seja uma exceção no universo brasileiro.

É isso Cara Senhora,
com todo os respeito e admiração que lhe tenho gostaria de que tivéssemos mais liberdade de expressão, para extravasar nossas angustias, nossos temores, no intuito de acreditar que teremos uma vida digna quanto mais velhos ficarmos.

Cordiais Saudações



Juízo para quem tem é claro.

Anônimo disse...

todo mundo tranquilo, Previ com rombo bilionário e tudo tranquilo.