28 março 2016

Ações da Petrobrás e da Vale têm fortes oscilações e afastam pequeno investidor





"É hora de investir na Petrobrás ou na Vale?" E uma pergunta que sempre ronda as mesas dos analistas do mercado brasileiro de ações. Ainda mais em tempos em que esses papéis chegam a registrar ganhos diários na faixa dos 10% na Bolsa de Valores, após perdas na mesma proporção.


Mas o que pode parecer um bom investimento à primeira vista, na verdade é uma armadilha para os desa-visados. Em um ano, as ações da petroleira registram baixa de mais de 20%, enquanto os papéis da mineradora tiveram perdas de mais de 29%.

A queda do preço de itens como petróleo e minério de ferro no mercado internacional é um dos fatores decisivos para os negócios dessas companhias e, por consequência, para as cotações de suas ações. Segundo o balanço de 2015 da Petrobrás, a empresa registrou prejuízo recorde de R$ 34,8 bilhões.

O resultado só não foi pior que o da Vale no mesmo período: a mineradora teve perdas de R$ 44,2 bilhões em 2015, o maior prejuízo da história das companhias da Bolsa.

Além do preço das commodities no exterior, a escalada do dólar no último ano e a turbulência política no País trazem ainda mais complicações.

A perspectiva de mudança no atual governo influencia a alta das ações, principalmente as da Petrobrás, devido à expectativa de que a economia melhore com a saída da presidente Dilma Rousseff.

"O mercado tem se movimentado muito mais no fluxo de notícias políticas", aponta Roberto Indech, analista da Rico Corretora.

Comprar ou vender? Antes porta de entrada para a Bovespa, as ações da Petrobrás e da Vale se tornaram aplicações mais arriscadas para o pequeno investidor à medida que as dificuldades financeiras dessas empresas cresceram no compasso do esfriamento da economia.

Mas esse quadro também vale para outras companhias: "O momento da Bolsa é de alta volatilidade. Portanto, é um ambiente muito difícil para a pessoa física operar", diz Luiz Francisco Caetano, da Planner Corretora.

Analista da Guide Investimentos, Luis Gustavo Pereira vê possibilidade de melhora nos resultados da mineradora e da petroleira nos próximos três anos, mas faz uma ressalva: "Do ponto de vista operacional, Vale é um investimento mais atrativo. A Petrobrás precisa diminuir seu nível de endividamento e se tornar mais eficiente."

A recomendação dos analistas para o momento é manter na carteira as ações que já foram compradas, mas não arriscar novas apostas até que o cenário político-econômico fique mais definido.

"Essa é uma questão dolorida. Se vender a ação agora, a pessoa sofre se ela subir. Se não vender, sofre se o papel cair", diz Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper.

• Ladeira abaixo
20,6%
é a queda das ações da Petrobrás em um ano
29,2% 
é o tombo da Vale no período
**

Bovespa perdeu 50 empresas desde 2013

• A economia cada vez mais fraca e os movimentos de compra, venda e incorporação de empresas levaram 50 companhias a cancelar seu registro na BM&FBovespa entre 2013 e o início deste ano, aponta levantamento feito pelo "Estado".

Por outro lado, só 12 empresas fizeram uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) nesse mesmo período.

Além dos cancelamentos de registro, um fenômeno recente e que também é atribuído ao cenário econômico é a estratégia de algumas empresas de comprar as próprias ações para que o preço não caia ainda mais. "Há quem acredite que os papéis estão baratos demais e essa opção é uma forma de proteger o patrimônio da companhia", diz o advogado André Stocche, do escritório Stocche Forbes.

Com a alta volatilidade dos papéis, menos ações no mercado para se investir e grandes companhias enfrentando dificuldades financeiras, as aplicações na Bolsa vêm perdendo cada vez mais espaço para outras modalidades, como a renda fixa, por exemplo, que tem melhor rentabilidade.

Desde 2013, o Ibovespa acumula queda de quase 15%, ante alta de mais de 39% do CDI (taxa que baliza produtos conservadores), o que evidencia a migração dos investidores para aplicações que oferecem risco menor.
Esse quadro, no entanto, deve mudar nos próximos anos, à medida que a economia recupere o fôlego.

Coordenador do laboratório de finanças do Insper, Michael Viriato defende: "Em algum momento, esse ciclo de retração vai acabar e novas oportunidades vão surgir no mercado de ações. A questão é quando."


Fonte:


Data: 28/03/2016
Veículo: O ESTADO DE S. PAULO - SP 
Editoria: ECONOMIA E NEGÓCIOS 
Jornalista(s): Éalena Oliveira
Página: B08
Assunto principal:ECONOMIA

11 comentários:

Anônimo disse...

Infelizmente para tirarmos o PT do poder precisamos do PMDB mas o pior mesmo é ficar com o Temer.Não vejo solução para o Brasil.

Rosalina de Souza disse...

Caro Anónimo das 10:17,

Pela fala dos analistas vamos ter pela frente 3 anos de incertezas, para mim com Dilma sem Dilma, o abacaxi está duro de descascar, fora os problemas na economia, nossos recursos estão concentrados em poucas empresas, e todas com problema, rolar dívida nesta país, está cada dia mais difícil, as empresas em crise, vamos ficando só com a esperança da nossa velha diretoria da previ.

Dr Medeiros em seu último post esclareceu tudo, perdemos mais de 40 bilhoes nos 3 últimos exercícios.

Não adianta fazer de conta que não enxerga, estamos vivendo um drama, e a conta vai cair de para queda no nosso colo.

joao trindade disse...

Sempre afirmei que já vivemos num país comunista (os fatos mostram claramente isso), governado por gente sem patriotismo e com vocação anti-patriótica declarada.
Não há respeito às leis e, quem poderia fazer cumprir essas leis, as muda à bel prazer e cria outras para privilegiar apenas o rei e a rainha e seus parentes e súditos, em detrimento do país e do povo.
Quem não acredita ou vive em outro planeta, não vai a supermercado, à farmácia etc.
Esperar o que, de quem, nessa altura do campeonato?
Só Deus poderá nos dar a solução impossível.

tarcisio augusto bulhoes martins disse...

D. Rosalina, boa tarde. A partir de hoje começa a apresentação dos resultados da PREVI/2015. PERGUNTA; QUE RESULTADO??????????? SE POR AQUI VIESSEM EU OS RECEBERIA COM UMA GRANDE OVAÇÃO, DE PREFERÊNCIA, CHOCOS. SÃO UNS CARAS DE PAU. CHEGAAAAAAAAAAAAA. Tarcísio.

joao trindade disse...

Sou favorável à não participar dessas apresentações/shows onde as perguntas são filtradas e as respostas são padronizadas, com gráficos maquiados etc. iguais às dezenas de pirâmides oferecidas pelo mercado, prometendo fazer você ficar rico. É uma forma de protestar por fazerem de palhaços nossa turma, já chamada de velhinhos trambiqueiros por alguém de lá, anteriormente, lembram? Mentiras mandadas contar pelo patrocinador e pelo patrocinador dêle, à mando de quem? Sumiram com nosso dinheiro, êsse é o fato, o resto é conversa mole.
Concordo com o que o colega Tarcísio Augusto Bulhões disse.Êle falou tudo . Ainda vão gastar para passear por nossa conta...

Rosalina de Souza disse...

Caros Colegas Tarcisio e João,

Eles os Diretores, nem no tempo dos Superavit, as perguntas era filtradas, imagina agora que perderam 40 bilhões.

Eu ainda acredito que 40 bilhões são números maquiados, para mim o buraco é bem mais largo, do que tem si mostrado.

Como em cima da hora os ILUMINADOS do CNPC, resolvem editar uma medida, que substituiu a CGPC 26.

Para mim tem muita coisa escondida, o silêncio dos eleitos é de fazer inveja a qualquer sepulcro caiado.

Acho que esses diretores estão, com balanços MAQUIADOS, bem carregado mesmo.

Anônimo disse...

Lamentavelmente seu raciocínio é correto, srª Rosalina.
L A M E N T A V E L M E N T E !
O silêncio dos que podem (e devem) falar é, no mínimo, estranhíssimo.
Entre mentir e ficar sem se manifestar, não vejo muita diferença.
Dizem que quem cala, consente...
Quem sabe, desviar o foco do assunto, muda a realidade?
Depois que inventaram maquiagem tudo fica menos feio (até eu)...

Anônimo disse...

Sepulcro caiado. Excelente. Muito boa.
Quanto a resultados ruins e negativos, com finanças mal administradas, sugiro aos diretores da Previ seguirem os conselhos dos especialistas que volta e meia aparecem dando conselhos no site.
Querem nos ensinar a administrar nosso parco dinheirinho, mas, no entanto só administram bem mesmo, o seu. Não o rico dinheirão da Previ ou nosso, sei lá, se é mesmo nosso ou do Banco.
Quanto a perguntas em divulgação de resultados, e não respondidas, ainda aguardo resposta a minha pergunta.
Parece que só respondem perguntas "levanta-bola".

Anônimo disse...

A única solução é entregar o Brasil aos russos.
Assim, vamos ter sopa ¨de graça¨, assistência médica com pílulas de cianeto de potássio, para não dar trabalho e, aqueles que puderem trabalhar terão serviço no palácio dos horrores, em Brasília, como auxiliares de fiscais de obras já concluídas, ganhando R$ 1,00 por mês, igual na Coréia do Norte.

Anônimo disse...

Os que puderem trabalhar terão fundo de pensão ?
Ou os fundos serão somente para os que não trabalham ?

Anônimo disse...

Até os próprios brasileiros não confiam mais em suas instituições e em suas empresas, quando vêm o país tomado por uma verdadeira quadrilha, onde nem mesmos seus integrantes se entendem e cada um quer tomar o lugar do outro em detrimento do futuro do país. Triste fim nos aguarda.