31 outubro 2019

Isa Musa de Noronha, Presidente da Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil

 Cassi

A propósito da reportagem “Cassi, do Banco do Brasil, precisa de R$ 1,4 bi para não quebrar”, divulgada no Blog do Vicente, do Correio (22/10), permito-me contestar a veracidade das informações publicadas com tendenciosa dramaticidade. É verdade que a Cassi enfrenta sérias dificuldades, contudo, trata-se da maior autogestão do país, atende a mais de 700 mil vidas, perdura há 75 anos e é referenciada pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) como experiência exitosa no Laboratório de Inovação em Atenção Primária na Saúde Suplementar Brasileira e vem honrando todos os seus compromissos com a rede credenciada/referenciada, médicos, hospitais e clínicas. Não é verdade que os associados da Cassi, funcionários do BB da ativa e seus aposentados e pensionistas, resistem em aumentar suas contribuições. Ao contrário, desde 2015, as entidades representativas do funcionalismo enviam propostas de sustentabilidade, todas rejeitadas peremptoriamente pelo patrocinador Banco do Brasil, que age consoante com as determinações do governo. A Cassi existe para proporcionar a seus associados a atenção à saúde, que deveria ser responsabilidade do Estado. No entanto, o Estado sempre se mostrou ineficiente em cumprir a Constituição quanto ao direito à saúde de toda a população consoante o disposto no art. 196. “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” Na falta de ações efetivas do Estado, em 1944, os funcionários do Banco do Brasil criaram a Cassi, que se mostrou fundamental para a interiorização do banco quando foi necessário a presença do BB para incentivar a produção de gêneros alimentícios em uma época de guerra e alimentos escassos. Hoje, o modelo de atenção à saúde no Brasil, a Cassi é associação de ajuda mútua, baseada no princípio de solidariedade, segundo o qual cada participante contribui com base em sua remuneração e utiliza os serviços na medida de suas necessidades, proporcionando a todos tranquilidade no que se refere à saúde.






Isa Musa de Noronha,

Presidente da Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil


FONTE: http://www.afago.com.br/

4 comentários:

Rosalina de Souza disse...

Parte 01

Cassi: Entidades Fazem Proposta Que Permite A Solução.

Emmanuela Nunes outubro 30, 2019 Banco do Brasil, Bancos, Notícias do Sindicato

As entidades de representação dos funcionários do Banco do Brasil (ANABB, AAFBB, Contraf-CUT e FAABB), depois de se reunirem com os técnicos e a diretoria eleita de sua Caixa de Assistência conseguiram elaborar uma proposta de solução para a Cassi que avança em melhorias para o corpo de associados a partir das premissas estabelecidas na proposta levada à consulta dos associados em maio de 2019.

O Conselho Deliberativo havia aprovado por unanimidade que a diretoria executiva e técnicos da Cassi se reunissem com as entidades para que se apresentasse uma solução ao Conselho Deliberativo até o dia 25/10. Ao se reunir com as entidades, um grupo de estudos trabalhou para encontrar soluções para melhorar a proposta sem alterar os limites estabelecidos na proposta aprovada pela maioria dos associados em maio de 2019, mas que não foi levada adiante devido à falta de quórum no pleito.

A proposta das entidades foi apresentada na reunião da Diretoria Executiva da Cassi no dia 24/10, após a notificação da diretora fiscal da ANS e no prazo de 30 dias estabelecidos, conforme norma da agência. No dia 25/10, cumprindo o deliberado pelo órgão máximo da Cassi, a diretoria apresentou a proposta das entidades para deliberação do colegiado. Ao ser aprovada por maioria no Conselho Deliberativo, a proposta foi encaminhada ao banco para apreciação. Sendo aceita pelo BB será encaminhada aos associados para consulta ao corpo de associados.

Veja abaixo os pontos mais críticos.

Governança
Com relação à administração da Cassi, as entidades propuseram que o voto de decisão da presidência não seja aplicado sobre “atividades técnicas”, mas somente sobre administrativas.

Assim, se uma deliberação técnica ficar empatada na Diretoria Executiva, será encaminhada para deliberação do Conselho Deliberativo, sem voto de qualidade do presidente.

Permanecendo o empate nos sete itens estabelecidos no estatuto, resta um prazo de 15 dias para formação da maioria. Somente ao final deste prazo, não sendo constituída maioria para deliberação da matéria, o presidente terá a prerrogativa do voto de qualidade.

Experiência dos candidatos
Com relação ao período de experiência comprovada de quatro anos para exercício do cargo de função gerencial, pela proposta da entidade, os cargos eleitos podem comprovar a experiência até a data da investidura e não mais da data da candidatura.

Para os cargos indicados pelo patrocinador, a comprovação permanece na data da indicação.

“Vale ressaltar que, na governança, as alterações atenderam diretamente a opinião dos eleitos, tanto diretores como conselheiros deliberativos, que participavam como convidados. A própria conselheira deliberativa Karen D’Avila propôs alterações no voto de decisão propondo a retirada das ‘atividades técnicas’, que seria empecilho na proposta”, observou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, João Fukunaga.

Rosalina de Souza disse...

PARTE FINAL

Modelo de Custeio

A base estrutural do modelo de custeio, permanecerá com a contribuição de 4% sobre as verbas salariais dos associados, com contribuição mínima de R$ 120,00, e de 4,5% do banco, com valor mínimo de R$ 135,00;
Os percentuais de contribuição dos associados ativos e aposentados para seus dependentes ficou limitada a R$ 300,00 por dependente. Já o banco, contribuirá com 3% da renda dos titulares ativos, limitado a três dependentes.
Manutencao do artigo 83 conforme atual estatuto;
A administração ficou em 10% sobre o somatório das contribuições patronais e pessoais referentes aos ativos, até 2021.
Pela proposta das entidades, o patrocinador injetará cerca de R$ 1 bilhão na Cassi (incluindo 600 milhões da contribuição por dependentes e taxa administrativa, mais cerca de R$ 450 milhões para a equalização do déficit do Grupo de Dependentes Indiretos – GDI), conforme exigência da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A alteração básica foi a retirada do piso de contribuição para os dependentes dos Ativos e dos Aposentados. Na proposta inicial esse valor era de R$ 50,00. Caso a proposta houvesse sido aprovada, a contribuição dos associados seria alterada a partir de junho/2019.

Segundo o coordenador da CEBB, na atual situação da Cassi e considerando o prazo de 30 dias contados a partir da apresentação do relatório da diretora fiscal para a ANS, é irresponsável quaisquer manifestações de membros eleitos contra uma solução negociada. “É querer acabar com a Cassi ocupando um cargo eleito. Ao mesmo tempo em que nem se apresenta uma solução viável, é irresponsabilidade administrativa e criminal”, concluiu Fukunaga.

Rosalina de Souza disse...

PRIVATIZAÇÃO DO BANCO DO BRASIL SERÁ INEVITÁVEL, DIZ PRESIDENTE DA INSTITUIÇÃO

Publicado em: 30/10/2019
O clima esquentou no Banco do Brasil antes do fim do expediente desta sexta-feira, 25 de outubro. Os funcionários foram surpreendidos pela declaração do presidente da instituição, Rubem Novaes, de que a privatização do banco será inevitável.

Mesmo diante do ímpeto privatista do ministro da Economia, Paulo Guedes, a venda do controle do BB ao setor privado é vista como um tabu. O presidente da República, Jair Bolsonaro, se recusa a falar sobre o assunto. Os militares que estão no governo, também.

Segundo Novaes, diante da enorme revolução tecnológica que está se vendo no setor bancário — estimulada pelo Banco Central, que regulamentou as fintechs e vai incentivar o open banking, permitindo o compartilhamento de informações de clientes entre todos os atores do mercado —, não haverá espaço para bancos com as amarras impostas pela máquina estatal.

Diz o presidente do BB: “Do jeito que a modernização do sistema bancário se acelera, nesse mundo de inovações constantes, é óbvio que uma instituição publica não vai ter a mesma velocidade de adaptação”.

Ele reconhece, que, “por enquanto, o banco ainda é extremamente eficiente e vai permanecer eficiente por algum tempo, mas, em algum momento, a perspectiva da privatização vai ter que ser enfrentada”. Essa visão, frisa ele, é pessoal.

Preparação

Funcionários do Banco do Brasil admitem que a instituição já vem sendo preparada para ser privatizada. Tanto que o governo está vendendo todas as ações que excedem o controle acionário. Também estão sendo ofertadas participações que o banco tem em outras empresas.

Novaes reforça esse movimento. Ele afirma que o Banco do Brasil está buscando um parceiro para a BB DTVM a fim de reduzir a participação que tem na instituição. Isso já ocorreu no banco de investimentos. Em setembro último, o BB e o suíço UBS assinaram um memorando de entendimento para uma parceria.

Entre os funcionários do BB, a perspectiva é de que, mesmo com toda a resistência de Bolsonaro, o controle do Banco do Brasil poderá ser vendido até o fim deste governo. Eles frisam que tudo está caminhando nessa direção. É esperar para ver.

Fonte: Correio Braziliense

Adaí Rosembak disse...

Cara Rosalina,

Excelente exposição de Isa Musa de Noronha.
Faço um adendo de que teria sido interessante colocar a divulgação no Blog do Vicente, no Correio (22/10), que foi, bem oportunamente, contestado por Isa Musa de Noronha.
Parabéns pela excelente matéria.

Adaí Rosembak