28 janeiro 2017

Presidente da CASSI fala sobre expectativa em relação ao futuro da Instituição

O presidente da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (CASSI), Carlos Célio de Andrade Santos, fala sobre a importância da aprovação do plano de sustentabilidade pelo Corpo Social e os benefícios que as medidas constantes do Memorando de Entendimentos vão trazer. Entre eles, a manutenção do pagamento em dia dos prestadores de serviços, o aprimoramento da governança corporativa e a melhoria de processos de trabalho.
Carlos Célio define que este é “um novo tempo”. Ele salienta a importância da participação dos colaboradores nesse processo e ressalta ainda a qualidade dos profissionais da CASSI. “É fundamental considerar o conhecimento que a própria organização e seus funcionários detêm. Acredito em um trabalho construído em conjunto pelos nossos profissionais e consultores”, avalia o presidente.
Confira na entrevista a seguir a expectativa do presidente para o futuro da CASSI.
CASSI:Ao longo dos últimos cinco anos, a Instituição apresentou déficit financeiro, que se agravou em outubro de 2016, com o fim das reservas livres do Plano de Associados. Com a aprovação pelo Corpo Social do plano para sustentabilidade, receitas extraordinárias estarão disponíveis até dezembro de 2019. Elas serão suficientes para custear as despesas do período?
Carlos Célio:
 Essas receitas extraordinárias devem ser suficientes, mas isso depende muito do comportamento e sobretudo do controle das despesas futuras. Também é importante lembrar que a principal fonte de recursos do Plano de Associados continua sendo o custeio ordinário, ou seja, de 3% dos associados e de 4,5% do Banco do Brasil. A contribuição extraordinária, adicional e temporária até dezembro de 2019, de 1% dos associados e o ressarcimento do Banco do Brasil, que também tem caráter extraordinário, são fundamentais para superação das dificuldades no curto prazo. Nesse período de três anos, nosso objetivo é conseguir manter em dia o pagamento aos prestadores, enquanto implementamos projetos voltados para assegurar e fortalecer a sustentabilidade do Plano de Associados e da CASSI. São projetos estruturantes, que permitirão trabalhar tanto a questão de receita, mas principalmente ampliar os mecanismos de controle das despesas, sempre com foco na manutenção da qualidade da assistência.
CASSI: E quais são esses projetos, presidente?
CC: Os eixos dos projetos, em linhas gerais, já constam do Memorando de Entendimentos. Eles envolvem questões de gestão e governança corporativa e da operação da CASSI, como regulação e negociação com prestadores. Eles não terão caráter restritivo, mas indicarão as linhas de atuação que precisam ser melhor trabalhadas. Serão definidos quais projetos devem ser executados, quais são os prioritários e quais não são. Todo esse processo de desenvolvimento dos projetos será apoiado em trabalho de consultoria especializada e deve ser previamente aprovado pela CASSI.
CASSI: Além das propostas validadas pelo Corpo Social para a reestruturação financeira do Plano de Associados, o que a CASSI está fazendo para controlar melhor as despesas?
CC: Não estamos de braços cruzados. O nosso dia a dia de trabalho já é direcionado a solucionar as questões que envolvem a operação da CASSI. O tempo médio de internação e as despesas com materiais e medicamentos, por exemplo, são fatores críticos para nós. Internação é um ponto bastante expressivo dentro da despesa de qualquer operadora de saúde e a CASSI tem se dedicado muito para aperfeiçoar o controle destes itens.
CASSI: O que interfere na sustentabilidade da CASSI em longo prazo?
CC: Todos os planos de saúde estão sujeitos às variações de mercado. Questões como o crescimento econômico do País, renda per capita, condições de saneamento básico, avanços tecnológicos, a elevação dos custos em saúde acima dos índices inflacionários e a infraestrutura de hospitais nos grandes centros e no interior, são algumas das muitas variáveis que não estão sob nosso controle. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) constantemente edita resoluções normativas ampliando coberturas e estabelecendo novas obrigações relacionadas ao funcionamento das operadoras. As atualizações periódicas do Rol de procedimentos em saúde, por exemplo, incluem novos procedimentos a serem cobertos, incorporam novas tecnologias e medicamentos de cobertura obrigatória. Tudo isso requer um esforço permanente sobre as variáveis que estão sob a nossa governabilidade, como forma de buscar os melhores resultados a partir da adoção de medidas que visem a preservação e a ampliação dos mecanismos de controle do custo assistencial, evitando assim a necessidade de apresentar uma conta muito alta aos nossos patrocinadores.
CASSI: Dentre as ações previstas no Memorando de Entendimentos, está a contratação de uma consultoria. Existe previsão de quando a consultoria começa a trabalhar?
CC: Quando você vai ao mercado e traz uma consultoria para te apoiar, ela vem para contribuir com metodologia de análises e de trabalho e, principalmente, com boas práticas do mercado. Porém, é fundamental saber considerar o conhecimento que a própria organização e seus funcionários detêm. Há uma série de vantagens de se trabalhar com uma consultoria. Entretanto, não existe receita pronta e que resolva todos os nossos desafios. Acredito em um trabalho construído em conjunto pelos nossos profissionais e consultores. Temos uma estimativa de em 60 dias concluir a contratação da consultoria, o que está sendo conduzido pelo Banco do Brasil.
CASSI: Uma vez contratada a consultoria, qual o tempo previsto para a conclusão dos trabalhos?
CC: Serão necessários, aproximadamente, quatro meses entre diagnóstico e planejamento, mais dois meses para aprovar as ações a serem realizadas e mais doze meses para implementação dos projetos. Estimamos que em um ano e oito meses teremos o trabalho concluído.
CASSI: Quando o senhor acredita que os primeiros resultados vão ser perceptíveis?
CC: Isso dependerá muito da abrangência dos projetos que serão desenvolvidos. Alguns processos podem ter um tempo de maturação maior, mas a partir do segundo semestre deste ano já é possível começar a capturar alguns resultados positivos.
CASSI: Como a CASSI fará a prestação de contas aos associados e aos parceiros do projeto: BB e entidades representativas dos funcionários e aposentados?
CC: Estamos definindo, em conjunto com o Banco do Brasil e com as entidades representativas dos funcionários, o cronograma e o formato dessa prestação de contas. A CASSI já conta com uma rotina de elaboração de relatórios mensais, semestrais e anuais. Mas a ideia não é simplesmente apresentar esses relatórios. A proposta é uma divulgação mais específica, alinhada ao cronograma e à execução desses projetos.
CASSI: CASSI: Depois de dois anos, tempo em que a CASSI trabalhou com contingenciamento orçamentário, foi aprovado o orçamento para o ano de 2017. O que se pode esperar na fase pós-contingenciamento?
CC: Com o contingenciamento, decorrente do orçamento que não fechava, praticamente todas as alçadas de despesas foram parar no Conselho Deliberativo. Saindo do contingenciamento, as alçadas retornam à Diretoria Executiva e às Unidades. É importante lembrar que nós temos um orçamento a ser cumprido e precisamos estabelecer prioridades. E uma das prioridades é o investimento na formação e na capacitação dos profissionais da CASSI.
CASSI: Com a aprovação do projeto de sustentabilidade, o senhor acredita que se inaugura um novo tempo? E quais são os seus planos para o futuro da CASSI?
CC: Não tenho a menor dúvida que estamos inaugurando um novo tempo. Eu, particularmente, acho que trabalhar com essa lógica de projeto é a melhor forma de obter resultados consistentes e relevantes. É saber claramente o objetivo a ser atingido, com o recurso definido e disponível e no prazo estabelecido. Ressalto que iniciamos a revisão do planejamento estratégico e aprovamos uma peça orçamentária inicial, que também deverá ser revisada. É um novo tempo e eu diria que estamos diante de uma pauta bastante intensa, complexa, mas propositiva e boa de trabalhar.
CASSI: Qual mensagem o senhor gostaria de deixar para os nossos associados e também para os colegas da CASSI?
CC: Gostaria de agradecer por todo o trabalho feito até aqui. Continuo contando com o comprometimento dos nossos colaboradores para que a CASSI tenha muito mais do que outros 73 anos. É muito importante o trabalho de cada colega, em cada Unidade, em toda a empresa, para que tenhamos sucesso e para que sejamos sempre bem avaliados pelas quase um milhão de vidas que temos sob nossa responsabilidade. Aos associados, quero agradecer pelo voto de confiança ao aprovar, de forma bastante expressiva, a contribuição extraordinária, reforçando ainda mais nosso compromisso de que não faltarão esforços em resposta a esse voto de confiança, sempre com o propósito de cumprir a missão da CASSI: “Assegurar ações efetivas de atenção à saúde por meio de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação, para uma vida melhor dos participantes”.
Fonte: Cassi

8 comentários:

Anônimo disse...

DEJA-VÚ !!!

Anônimo disse...

Estimada Rosalina,
O que mudou na CASSI quanto à atendimentos médicos?
Abrs.

Rosalina de Souza disse...

Caro Colega das 1:06,

Fiz questão de colocar essa entrevista no Blog, para que muitos colegas faça uma avaliação, na minha modesta opinião, nosso PRESIDENTE DA CASSI, esta vivendo uma realidade, que não chegou de fato ao atendimento da Cassi, nas suas politicas e só provou a todos nós um aumento de 1% a mais na minha e na sua contribuição.

De fato a Cassi, enfrenta grandes desafios, com nossos benefícios achatados, espoliados pela maquiagem do GOVERNO, nos índices do INPC, e o pouco caso demonstrado pelo nosso PATROCINADOR, falar em resultados daqui a 18 meses, é o mesmo que dizer que VAMOS TER QUE AUMENTAR AINDA MAIS NOSSA PARTICIPAÇÃO EM 2020, NESSA ATUAL CONTRIBUIÇÃO EXTRA.

Amigo das 1:06, a cada dia que passa, estou mais preocupada com a nossa situação, de completo descaso e abandono, por parte dos nossos gestores, temos que nos preparar para dias ainda mais complicados em nossas vidas, por sinto que ainda vamos ter dias de muita angustia nos anos que se segue.

Esse pessoal não vive a realidade, como ela é de fato, e sim passa uma ilusão aceita por muitos, como melhor REMÉDIO.

Adaí Rosembak disse...

Cara Rosalina,

Primeiramente parabenizo-a por publicar a entrevista com o Presidente da CASSI.
Temos de partir de algumas premissas para não passarmos por revoltados ou sonhadores frustrados.
Gostemos ou não essa é uma entrevista com o diretor da instituição, que foi eleito por todos nós.
Vivemos em uma realidade que, infelizmente, não é a mesma do tempo em que a CASSI foi criada.
Quando optei pelo SIM fui a várias agências conversar com funcionários sobre como votariam. Para minha surpresa não eram um bando de desinformados ou induzidos pela propaganda do BB, como muito defensores do NÃO os acusavam.
Eram pessoas, em sua maioria, que votaram pelo SIM com plena consciência do que faziam. Muitos vieram da área privada onde pagavam caro por assistência médica em planos privados para cada membro da família, e não tinham a mesma assistência da CASSI.
Votaram absolutamente conscientes do que faziam.
Se a CASSI tem de melhorar? Claro que tem. Todos queremos sempre ser melhor atendidos e, para tanto, queremos uma CASSI fortalecida sem problemas de sustentabilidade financeira.
Temos de ter os pés no chão e não viver em um mundo de fantasia.
Mudando um pouco de assunto: eu já estava me programando para escrever um artigo sobre a CASSI, usando a entrevista de seu presidente. Só não escrevi antes porque estava envolvido com o artigo sobre a Rússia, que lancei hoje.
Mas voltarei ao assunto CASSI e, com certeza, republicarei a entrevista com o seu presidente.
Parabéns a você pela dianteira no assunto. Seu artigo está excelente.

Abração deste amigo

Adaí Rosembak

Anônimo disse...

Aí não vale !
Tudo em casa ? A CASSI entrevista o presidente.
Parcial.
Creio que a votação do SIM não foi assim tão plena de consciência.
Foi mais é por medo. Isso se notou nas redes sociais.
O mote da campanha do SIM, foi que, ao não se aprovar a contribuição extra, iríamos todos para os planos particulares caríssimos.
Que a Cassi não resistiria.
Tal como em 1997 e 2007. Será 2019 o anos da inclusão de 2017 no "ano de mudanças" ?
Falando em medo, logo após o SIM, a reestruturação no BB.
Mundo de fantasias ? Vivemos é no mundo real, onde uns podem menos e outros podem mais até com direito a "entourage".

Anônimo disse...

Não se preocupem, pois, não só o Banco do Brasil será privatizado mas o próprio Brasil. Como uma coisa é atrelada a outra, que estiver vivo verá o Apocalipse ao vivo e em cores e não demora.

Rosalina de Souza disse...

Fabiano Felix vai ao 2º turno da eleição do Caref
Funcionários do BB têm de debater a função do Conselho de Administração e como é fundamental eleger um representante sintonizado com a categoria

William De Lucca, Spbancarios
30/1/2017

São Paulo – Fabiano Felix, candidato apoiado pelo Sindicato para a eleição do Conselho de Administração do Banco do Brasil (Caref), terminou o primeiro turno na frente dos demais candidatos. Ele obteve 8.391 votos e disputará o segundo turno contra Marcus Roger Gomes de Medeiros, que terminou a primeira etapa do pleito com 5.446. O segundo turno da será realizado 20 e 24 de fevereiro.

“É importante que os funcionários votem em candidatos que tenham compromisso com um Banco do Brasil público, e que sejam avaliados os currículos, as propostas e os apoios de cada um. Sozinho, nenhum representante consegue mudar a realidade, então é preciso respaldo junto às entidades e à categoria”, ressalta Ernesto Izumi, diretor executivo do Sindicato e funcionário do BB.

O diretor ressaltou ainda que é preciso discutir o papel do Caref e do representante dos trabalhadores no Conselho de Administração. “Estar no Caref é mais do que apenas ter uma voz no Conselho, é ter acesso às estratégias do banco, como o BB Digital, venda e fechamento de unidades, o que acaba afetando todo o funcionalismo. É preciso ter um representante que entenda o funcionamento do BB e que coloque o funcionalismo para defender o banco”.

Ao todo, 56.201 funcionários do Banco do Brasil participaram da votação. Além de Fabiano e Marcus, também foram votados Rosineia Diana Balbino (2.022 votos), Vanderson Aparecido Delapedra da Silva (1.365) e Ana Claudia Passos Araujo (1.030). Foram registrados 16.191 votos brancos e 21.755 nulos.

Anônimo disse...

Pelo resultado parece que foram eleitos os nulos e os brancos
em primeiro e segundo lugares.